domingo, 30 de setembro de 2012

O valor do pudor

Por Dom Tihamér Tóth

Talvez venham a zombar da tua atitude reservada, por não te sentires à vontade no meio de conversas estercorosas e de corares logo que ouvires uma palavra imprópria. Meu filho, orgulha-te disso! Orgulha-te de poderes corar!
O pudor em nós não é "criancice", "ingenuidade", "hipocrisia" - como eles dizem, - senão um ato de valor incalculável, uma arma recebida da natureza, que defende, quase sem que o percebamos, a parte mais nobre da nossa pessoa contra os maus pensamentos. Para o jovem o pudor, que defende quase instintivamente contra a impureza a sua alma delicada, é precioso tesouro.
É um poderoso dique contra as ondas da imoralidade, que todos os lados rebentam contra a nossa alma... Lembra-te desta bela máxima de Santo Agostinho:
"Não odeies os homens por causa dos seus erros e das suas faltas, mas não estimes as faltas e os erros por amor dos homens".
É covarde quem não sabe tolerar, contra as suas convicções, algumas contrariedades. Outrora débeis crianças, sem dizerem palavra e por amor de Cristo, se deixaram despedaçar por animais ferozes. Aos quatorze anos São Vito sorria ao mergulharem-no em azeite fervente - por amor de Cristo; e aos treze anos São Pelágio suportava que durante seis horas lhe arrancassem os membros, um após outro, - também por amor de Cristo.

As zombarias e chalaças de teus companheiros imundos compreendem-se muito bem. A tua presença é molesta aos que se esponjam no esterquilínio. E como olham esses salafrários com tanta raiva para quem não quer deitar-se junto com eles no muladar! A rã, ainda que esteja sentada num tronco, salta sempre para o charco, pois só ali é que se sente à vontade.
Talvez conheças esta velha máxima: Sunt, a quibus vituperari laudari est: há certas censuras que para nós são o maior louvor. E podes crer que, se o asno injuria a rosa, é porque esta não usa ferraduras.
Sempre me admirei muito de que se desse importância ao julgamento dessas almas desviadas. Creio saberes que em Pisa, na Itália, a torre da catedral é inclinada. Ora, se essa torre inclinada pudesse pensar, certamente desprezaria todas as outras torres do mundo: "É admirável que, de todas as torres, seja eu a única em boa posição!"
Não ouviste falar no que aconteceu a uma aldeiazinha oculta na montanha, onde todos os habitantes eram papudos em razão da água e da vida que levavam? Certo dia, alguns turistas passaram por ali. Apresentavam ótima saúde; entretanto, os papudos correram atrás deles, fazendo grande alarido, rindo e chocarreando: "Vede só!... Homens que não têm papo!"
Em todas as lutas fortifica em ti esta santa resolução: Quem não quer perder o seu caráter e a dignidade da sua pessoa, tornando-se escravo dos instintos, não deve entregar-se aos prazeres proibidos. Quem dá importância ao caráter e quer desenvolver harmoniosamente a sua personalidade, cumpre que vele, como se se tratasse de um tesouro, pela sua integridade física e moral, até ao sacramento do matrimônio (e também depois), que Deus instituiu para ele.
"É valente quem vence um leão - escreve Helder, - é valente quem submete o mundo; porém mais valente ainda é aquele que se vence a si próprio".
O teu bigode cresce por si mesmo, as tuas pernas por si mesmas se tornam mais compridas, mas o verdadeiro caráter viril não se desenvolve por si próprio. Assim, também, deves lutar e arrancar todos os dias um pedaço à tua fraqueza inata, mediante séria abnegação e trabalho verdadeiramente consciente.
Fonte.
Grifos nossos.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Arma é Civilização

Major L. Caudill - Corpo de Fuzileiros dos EUA
Tradução de Ricardo Jung (Colaborador do Movimento Viva Brasil)

As pessoas só possuem duas maneiras de lidar umas com as outras: pela razão e pela força. Se você quer que eu faça algo para você, você tem a opção de me CONVENCER VIA ARGUMENTOS ou me obrigar a me submeter à sua vontade pela FORÇA. Todas as interações humanas recaem em uma dessas duas categorias, SEM EXCEÇÕES. Razão ou força, só isso. Em uma sociedade realmente moral e civilizada, as pessoas somente interagem pela PERSUASÃO. A força não tem lugar como método válido de interação social e a única coisa que remove a força da equação é uma arma de fogo (de uso pessoal), por mais paradoxal que isso possa parecer.

Quando eu porto uma arma, você não pode lidar comigo pela força. Você precisa usar a Razão para tentar me persuadir, porque eu possuo uma maneira de anular suas ameaças ou uso da Força.


A arma de fogo é o único instrumento que coloca em pé de igualdade uma mulher de 50 Kg e um assaltante de 105 Kg, um aposentado de 75 anos e um marginal de 19, e um único indivíduo contra um carro cheio de bêbados com bastões de baseball.

A arma de fogo remove a disparidade de força física, tamanho ou número entre atacantes em potencial e alguém se defendendo. Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como a causa do desequilíbrio de forças. São essas pessoas que pensam que seríamos mais civilizados se todas as armas de fogo fossem removidas da sociedade, porque uma arma de fogo deixaria o trabalho de um assaltante (armado) mais fácil. Isso, obviamente, somente é verdade se a maioria das vítimas em potencial do assaltante estiver desarmada, seja por opção, seja em virtude de leis – isso não tem validade alguma se a maioria das potenciais vítimas estiver armada.

Quem advoga pelo banimento das armas de fogo opta automaticamente pelo governo do Jovem, do Forte e dos em maior número, e isso é o exato oposto de uma sociedade civilizada. Um marginal, mesmo armado, só consegue ser bem sucedido em uma sociedade onde o Estado lhe garantiu o monopólio da força.

Há também o argumento de que as armas de fogo transformam em letais confrontos que de outra maneira apenas resultariam em ferimentos. Esse argumento é falacioso sob diversos aspectos. Sem armas envolvidas, os confrontos são sempre vencidos pelos fisicamente superiores, infligindo ferimentos seríssimos sobre os vencidos.

Quem pensa que os punhos, bastões, porretes e pedras não constituem força letal, estão assistindo muita TV, onde as pessoas são espancadas e sofrem no máximo um pequeno corte no lábio. O fato de que as armas aumentam a letalidade dos confrontos só funciona em favor do defensor mais fraco, não do atacante mais forte. Se ambos estão armados, o campo está nivelado.

A arma de fogo é o único instrumento que é igualmente letais nas mãos de um octogenário quanto de um halterofilista. Elas simplesmente não funcionariam como equalizador de Forças se não fossem igualmente letais e facilmente empregáveis.

Quando eu porto uma arma, eu não o faço porque estou procurando encrenca, mas por que espero ser deixado em paz. A arma na minha cintura significa que eu não posso ser Forçado, somente persuadido. Eu não porto porque tenho medo, mas porque ela me permite não ter medo. Ela não limita as ações daqueles que iriam interagir comigo pela razão, somente daqueles que pretenderiam fazê-lo pela força. Ela remove a força da equação... E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado.